O Brasil teve tempo de conhecer as experiências internacionais empregadas nos mais variados setores, todas com o objetivo de mitigar os efeitos da crise provocada pelo coronavírus
Quando nos voltamos para o crédito, constatamos que o setor, globalmente, foi dos que mais rapidamente definiu caminhos para enfrentar a situação. Isso porque já estava estruturado sobre pilares que seriam fundamentais para garantir as melhores práticas no mercado durante o período de exceção, ainda uma incógnita em termos de duração e, sobretudo, consequências.
Alguns desses pilares como renegociação e integridade dos dados já foram abordados em artigo anterior. Mas vale destacar mais três pilares igualmente importantes e que têm norteado a atuação do setor de birôs de crédito no desempenho de seu papel essencial na disciplina do crédito.
O terceiro pilar trata de marcar os dados que foram impactados pela COVID-19 durante a recuperação econômica, de forma ponderada, de modo a destacar essas informações para o credor e minimizar seu impacto na nota de crédito, evitando prejuízo aos consumidores e empresas. Esta prática já é adotada por países sujeitos a desastres naturais como furacões e tsunamis em geografia definida e por período específico.
Outra iniciativa é promover a digitalização de todo o processo que possibilita o acesso aos relatórios de crédito dos consumidores. Em um momento marcado pelo distanciamento social e diminuição da circulação de pessoas, é fundamental que os titulares dos dados possam continuar monitorando seus históricos de crédito durante a crise.
Por fim, e de certa maneira complementar ao pilar anterior, aparece a necessidade de, sempre que possível, abastecer os titulares com informações referentes a relatórios e notas de crédito de forma simples e gratuita. A medida permite que seja preservada a transparência, tão importante nas relações entre credor e tomador de crédito, afastando o risco de insegurança e mantendo a confiança entre as partes.
É consenso que o crédito será o principal instrumento para a retomada da economia e do bem-estar social pós-Covid-19. Assim, todas as medidas para manter o processo de crédito sustentável e equilibrado podem fazer a diferença quando a pandemia passar.
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Por: Elias Sfeir Presidente da ANBC & Membro do Conselho Climático da Cidade de São Paulo & Conselheiro Certificado