A sigla ESG entrou de vez no vocabulário do mundo corporativo e da mídia especializada. A popularização do termo é recente, sobretudo no Brasil, mas o conceito resulta de discussões que surgiram há décadas. O presente artigo retoma esse conceito e busca trazer à tona a dimensão social do ESG, bem como as contribuições dos birôs de crédito para a inclusão da população à margem do sistema financeiro.
Um mercado de crédito eficiente deve ser capaz de selecionar e financiar os projetos com maior capacidade de retorno e menor risco. Isso aumenta as chances de se honrar o financiamento ao longo da maturação do investimento e impulsiona o desenvolvimento econômico. Na nova economia, o mercado de crédito continua a avaliar a viabilidade financeira dos negócios, e começa a também olhar sobre a sustentabilidade.
Critérios ambientais, sociais e de governança estão cada vez mais presentes na análise de concessão de crédito. Isso cria um poderoso incentivo para avançarmos na nova economia. Na ausência desse incentivo, a decisão de uma empresa poderia ser a de ignorar os impactos ambientais e sociais de suas atividades. A adoção desses critérios está evoluindo para uma adoção progressiva.. Isso porque existe uma tomada de consciência de que a incorporação dessas pautas ao processo decisório representa uma oportunidade para as empresas e mitiga riscos reais, desafiando a velha dicotomia entre o lucro e os demais propósitos. Existem três posturas das empresas: paralisia/negacionismo, seguir o que as demais empresas do setor estão fazendo e as que assumem a liderança no processo de adoção criando uma vantagem competitiva. Em suma, as três letras são a resposta do mundo corporativo aos desafios do século.
E o que dizer dos consumidores e pequenos empreendedores invisíveis ao sistema financeiro, impossibilitados de serem analisados pelos novos ou velhos critérios de análise de crédito?
Falar do “S” do ESG requer um olhar a esses invisíveis. Afinal, acesso a serviços e produtos financeiros é uma condição essencial para o exercício pleno da cidadania. Nas discussões sobre o tema, tenho chamado esses consumidores de “NoHolders”, em referência aos “Stakeholders”. Abordamos recentemente a evolução da bancarização ao redor do mundo, analisando os dados do Banco Mundial. Constatamos que a evolução tem sido positiva, e ainda há um caminho a percorrer.
Dar visibilidade aos invisíveis é um desafio, pois a inclusão financeira deve ser feita com toda a atenção à estabilidade financeira. No Brasil, com o aprimoramento regulatório do Cadastro Positivo, o setor de birôs de crédito adicionou ao mercado um contingente de milhôes de consumidores sem informações que pudessem ser analisadas. A solução inteligente foi aproveitar as informações de relacionamento econômico com o setor de telecomunicações e demais setores para inferência do comportamento do crédito, lançando luz sobre os consumidores sem histórico junto ao setor financeiro.
Assim o setor de bureau de credito, atraves do cadastro positivo trouxe uma iniciativa S atraves de inclusão dos Noholders no mercado de credito possibilitando a cesso a produtos financeiros a consumidores e empresas criando avanço econômico e bem estar social. O setor também possibilitou acesso sem custo à nota de credito a consumidores nos seus sites provendo também conteúdos e orientações de educação financeira para o consumo consciente e credito sustentável.
Essa é uma revolução ainda em curso, pois o “S” do ESG tem grande potencial econômico e fortalece o tecido social – algo fundamental para o enfrentamento dos choques que estamos vivendo e de outros que poderão vir.
ESG
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Por: Elias Sfeir Presidente da ANBC & Membro do Conselho Climático da Cidade de São Paulo & Conselheiro Certificado