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Inteligência Artificial já transforma o crédito no Brasil, aponta ANBC

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  • Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC) diz que IA reduz custos, melhora a análise de risco e amplia o acesso ao crédito com responsabilidade
  • Tema tem sido discutido em eventos internacionais

A Inteligência Artificial (IA) já é uma realidade consolidada no mercado de crédito brasileiro e vem mudando a forma como empresas e consumidores se relacionam com o sistema financeiro. Segundo a ANBC, a tecnologia, que começou a ser aplicada no setor há mais de 20 anos com o uso de machine learning, agora avança com a chegada da IA generativa e amplia as possibilidades de análise, eficiência e inclusão financeira.

De acordo com a ANBC, a aplicação de IA tem gerado resultados concretos, como redução de custos operacionais, aumento da precisão das análises, melhoria na experiência do consumidor e expansão do acesso ao crédito de forma responsável. “Hoje, a IA é uma aliada estratégica. Ela ajuda as empresas a reduzirem custos, aumentar a precisão nas análises e oferecer uma melhor experiência para o consumidor, tudo isso com responsabilidade e segurança”, afirma Elias Sfeir, presidente executivo da ANBC.

Nos birôs de crédito brasileiros, a IA já é usada em processos como atualização instantânea do score de crédito, detecção de fraudes em tempo real e automação de modelos estatísticos. A automação, segundo a entidade, pode reduzir custos em até 66% e acelerar o desenvolvimento de modelos que antes levavam semanas para ficarem prontos (hoje são concluídos em poucos dias). Em uma das empresas do setor, mais de 70% dos novos modelos criados em 2023 incorporaram machine learning e deep learning, o que aumentou em 20 vezes a velocidade de processamento de dados e garantiu mais segurança e agilidade nas decisões.

Outro avanço importante é a baixa instantânea de negativação, que permite atualizar o score de crédito em segundos. “Isso muda estruturalmente o mercado, porque o consumidor que pagar sua dívida volta a ter acesso ao crédito quase em tempo real”, explica Elias. Além disso, a inclusão de dados de contas de luz, telefone e programas sociais nos modelos preditivos tem ajudado a reduzir a inadimplência em até 15%, sem afetar os níveis de aprovação.

A ANBC destaca ainda que o uso de plataformas analíticas avançadas tem permitido triplicar a produção de modelos analíticos e reduzir o tempo de desenvolvimento de três ou quatro semanas para apenas alguns dias, com aumento de até oito pontos no índice KS, que mede a qualidade preditiva das análises. Há também soluções capazes de analisar até 24 meses de histórico de contas, avaliando valores pagos e comportamento de consumo, o que torna as decisões de crédito mais precisas e personalizadas.

Segundo Sfeir, a governança da IA nos birôs é guiada por princípios éticos e práticas rigorosas de segurança. “A inovação precisa andar junto com a responsabilidade. Temos sistemas monitorados, transparentes e comprometidos com o uso ético dos dados, o que contribui para uma inclusão financeira sustentável”, afirma o executivo.

Com o avanço da tecnologia, cresce também o debate sobre a regulação da IA. A ANBC participa ativamente das discussões nacionais e internacionais e defende uma regulamentação equilibrada, que incentive a inovação e mantenha a proteção dos consumidores. O tema tem sido pauta em eventos internacionais que discutem o uso ético e responsável da tecnologia, reforçando o papel do Brasil como participante ativo desse diálogo global. A entidade propõe diferenciar sistemas de alto risco dos modelos tradicionais de crédito, evitar interpretações exageradas sobre discriminação e manter alinhamento com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Para Sfeir, o caminho está na combinação entre tecnologia e humanidade. “A Inteligência Artificial deve ser vista como uma Inteligência Expandida, uma ferramenta que amplia as capacidades humanas e institucionais, desde que usada com ética, transparência e responsabilidade”, finaliza o executivo.

 

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