Os dados da atividade econômica reservaram surpresas ao longo deste ano. A inflação subiu muito além do que se previa, mas o PIB também reagiu e cresceu mais do que se esperava. Caminhando para o quarto e último trimestre, como esses dados estão impactando a situação financeira do consumidor? Entender o momento do consumidor é um passo fundamental para avaliar o desempenho do consumo e, em particular, do consumo por meio do crédito.
Há vários indicadores que permitem olhar para a saúde financeira dos consumidores. Comecemos pelo desemprego. Essa variável é medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mensura o contingente de pessoas que estão sem trabalho e que buscam oportunidades. O desemprego subiu durante a recessão iniciada em 2014 e durante a pandemia. Depois de alcançar um pico no primeiro trimestre de 2021 (14,9%), a taxa de desemprego vem recuando – e de forma até mais intensa do que a observada após a recessão de meados da última década.
O último dado do IBGE mostra que, no segundo trimestre de 2022, o desemprego atingiu 9,3%. Foi o menor índice observado desde o final de 2012. Sabemos que o movimento recente de diminuição do desemprego alivia o drama de muitas famílias, além de favorecer o acesso a bens e serviços.
Por outro lado, a renda média real do trabalho, também apurada pelo IBGE, ainda está muito abaixo da observada antes da pandemia. Essa renda é denominada “real” porque corrige a renda nominal pela evolução dos preços, permitindo a comparação entre diferentes períodos. Houve, com efeito, uma recuperação da renda nos últimos meses que ainda é insuficiente para restabelecer os patamares anteriores a março de 2020.
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Por: Elias Sfeir Presidente da ANBC & Membro do Conselho Climático da Cidade de São Paulo & Conselheiro Certificado