Fonte: BLOGS | Fausto Macedo | Repórter | Estadão
Para falar sobre a importância dos birôs de crédito na potencialização da economia, é necessário entender todo o processo. As economias modernas têm o crédito como principal ferramenta de fomento. Em todas as suas linhas e versões. Seja o crédito para a pessoa física em suas diversas modalidades, seja para a pessoa jurídica.
E é no ambiente de negócios que o crédito ganha relevância, porque os modelos de negócio, principalmente as operações de varejo, trabalham com ciclos financeiros muito curtos ou até negativos. Para que a operação se realize, é necessária muita segurança a fim de alongar suficientemente os prazos e ativar a engrenagem da economia de forma que ela rode em velocidade que permita o crescimento.
Nesse processo, é fundamental uma estrutura de birôs de crédito que gere clareza e segurança ao mercado de crédito. Os birôs desembaçam a visão do credor e desempenham papel muito importante na redução das fraudes, outro ponto que trava a concessão de crédito. Assim, os birôs são o instrumento que azeita a cadeia de crédito para que ela ganhe agilidade, e a economia ande com firmeza, força e sustentabilidade.
Economias com uma estrutura de crédito em expansão apresentam resultados muito melhores do que aquelas sem velocidade no mercado de crédito. O Brasil passou ao longo dos anos por momentos de expansão e estagnação no mercado de crédito, e por profundas modificações. A primeira delas talvez tenha sido a implantação do número único, que é o CPF para pessoas físicas e o CNPJ para pessoas jurídicas, o que possibilitou a expansão dos birôs e o uso de suas informações no sistema de crédito. Ao longo de décadas, esse processo foi se consolidando por meio do cadastro negativo.
Outra modificação marcante foi a introdução do Cadastro Positivo. Ele melhora muito o sistema, dá a ele precisão maior e viabiliza novas tecnologias como o Open Banking e o Pix. Até então, trabalhava-se pelo modelo de média, ou seja, taxa de juros média, prazo médio, e, com isso, os bons pagadores pagavam pelos maus pagadores. O Cadastro Positivo possibilita a individualização do risco. Com isso, otimiza-se o processo, e o tomador de crédito tem acesso a condições mais justas e adequadas a seu perfil.
O mercado de crédito vai amadurecer na medida em que as pessoas identificarem valor em construir um histórico de crédito. Com o Cadastro Positivo, o cidadão brasileiro começa a perceber a importância da nota de crédito (score).
E quem dá esse selo de qualidade são os birôs de crédito, principalmente os gerenciadores do banco de dados (GBDs) do Cadastro Positivo. Os birôs tiveram papel fundamental há 50 ou 60 anos na transformação da chamada venda fiada para venda a prazo. Agora também são fundamentais para essa transformação que empodera os tomadores de crédito.
O Cadastro Positivo já viabilizou uma estrutura de base de dados bem consistente, que possibilita aos birôs fornecer uma nota de crédito (score) robusta. Mas essa estrutura limita-se às pessoas físicas e jurídicas bancarizadas, com informações oriundas das bases de dados do sistema financeiro. A entrada dos bancos de dados das teles e outras utilities no Cadastro Positivo incluirá os que estavam fora do mercado de crédito, os desbancarizados. Esse talvez seja o maior avanço da democratização do crédito no Brasil. Com as bases de telecom e utilities, esses consumidores e empresas poderão receber o selo de qualidade de crédito.
A capacidade de expansão de crédito no Brasil é muito grande, e nem precisa comparar com EUA ou Alemanha. Basta comparar com o Chile. O Banco Central está criando mecanismos que estimulem essa expansão. Quando esses mecanismos e o Cadastro Positivo se encaixarem, eles vão possibilitar um avanço no crédito que permitirá uma verdadeira expansão da economia de forma sustentável.
O Banco Central está fazendo o papel dele, assim como os birôs e a estrutura financeira e de crédito. Falta agora que pessoas e empresas aprendam a utilizar todas as inovações criadas para promover uma revolução no mercado. Mas é preciso investir em treinamento, para que as pessoas entendam quão importante é o birô de crédito. Ao contrário do cadastro negativo, o positivo é o grande avalista que consegue dizer ao sistema que tal pessoa ou empresa é boa pagadora. Essa chancela é extremamente relevante. E o desafio dos birôs de crédito é rapidamente consolidar a imagem de ferramenta positiva para a sociedade.
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