O crédito é uma relação que envolve o credor e o tomador de crédito. Na hora de obter um empréstimo ou um financiamento, quem tem mais probabilidade de conseguir uma aprovação? O tomador de crédito do qual se tem informação ou aquele do qual não se tem informação?
Em outras palavras, essa é a importância da nota de crédito durante uma operação de crédito. É por meio dela que o credor “conhece” o tomador e sabe se ele tem possibilidade de contrair um empréstimo ou contratar um financiamento, e em que condições. Com ela, o credor tem mais segurança para emprestar e, portanto, pode oferecer uma condição mais justa, pois o custo do risco embutido na transação é mais bem avaliado.
E a nota de crédito é boa também para o tomador de crédito pessoa física ou jurídica. Munido dessa informação, ele amplia a quantidade de instituições em que pode pleitear recursos.
A análise de risco é a etapa mais importante da concessão de crédito. Uma vez realizada a concessão com base na avaliação da nota de crédito de cada consumidor ou empresa, estimula-se o crédito sustentável, de inadimplência reduzida, bom para o credor, para o tomador e para a economia do país.
Conforme comentei no artigo anterior, a nota de crédito, que varia entre zero e mil, funciona como um currículo financeiro. Quanto mais próxima de mil, maior a capacidade de pagamento do tomador de crédito e, portanto, menor o risco para o credor. Há quem prometa aumentar artificialmente a nota de crédito e isso é impossível. Somente um comportamento responsável do próprio consumidor ou empresa pode melhorar a nota de crédito. Para tanto, basta seguir alguns passos simples, como fazer pagamentos em dia e pagar a fatura integral do cartão de crédito.
Para chegar à nota de crédito, diversos fatores são considerados, como histórico de dívidas negativadas, relacionamento financeiro com empresas, dados cadastrais atualizados e pagamento em dia dos compromissos financeiros. Em relação a esse último, à medida que as informações positivas – enviadas pelas fontes de informação, como instituições financeiras, fornecedores de serviços continuados e varejo – cheguem aos bancos de dados dos birôs, essas informações ganharão peso na nota de crédito, promovendo um dos objetivos do novo Cadastro Positivo que é uma avaliação mais justa do tomador de crédito.
O peso de cada informação que integra a nota de crédito é definido a partir de modelo estatístico de acordo com as informações do comportamento dos consumidores ou empresas.
Embora a nota de crédito ainda seja uma novidade no Brasil, em diversos países ela é tão comum e respeitada que se aplica inclusive fora do mercado financeiro. Nos Estados Unidos, por exemplo, já é relativamente comum que os usuários de aplicativos de relacionamento publiquem suas notas de crédito como um atrativo. O exemplo pode parecer um exagero e serve principalmente para ilustrar o impacto que pode causar na sociedade como um todo.
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Por: Elias Sfeir Presidente da ANBC & Membro do Conselho Climático da Cidade de São Paulo & Conselheiro Certificado