BIRÔS DE CRÉDITO DEFENDEM AO GOVERNO O ESTÍMULO À CONCESSÃO DE CRÉDITO NO PAÍS
Fonte: http://broadcast.com.br/ | Por Matheus Piovesana
São Paulo, 27/02/2023 – Em carta enviada ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o setor de birôs de crédito defendeu o estímulo ao crédito no País, bem como o estímulo ao crédito sustentável, ao empreendedorismo e também o equilíbrio das contas públicas. O documento foi elaborado pela Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC), à qual são ligadas empresas como Boa Vista, Serasa Experian, Quod e SPC, entre outras.
A carta, divulgada nesta segunda-feira, 27, é datada de 7 de fevereiro deste ano. Desde então, tanto o governo quanto o mercado financeiro começaram a discutir a possibilidade de o País estar próximo a uma crise de crédito, construída diante dos juros altos e da desaceleração da economia. Como mostrou o Broadcast na sexta, 24, bancos e o governo têm discutido a questão e possíveis saídas.
“O setor de birôs entende que o novo governo deve persistir no estímulo ao crédito, ainda subutilizado no País”, afirma a carta. A entidade cita números do Banco Mundial que, em 2020, mostravam que o crédito doméstico ao setor privado chegava a 70% do PIB brasileiro, enquanto no Chile era de 124% do PIB, e nos Estados Unidos, de 216%.
A ANBC afirma que ainda há espaço para avançar, mas que para isso, é necessário garantir que o mercado opere com informações “amplas, claras e precisas”. Neste sentido, destaca reformas na regulação por parte do Banco Central, que levaram à criação de ferramentas como o Pix e o Open Finance. Destaca ainda o Cadastro Positivo, operado pelos birôs.
Segundo a carta, o Cadastro tem cerca de 142 milhões de pessoas cadastradas, físicas e jurídicas, e deu acesso ao crédito a mais de 22 milhões de novos consumidores. O texto também cita dados do BC de 2021, que apontam que houve uma redução de 10,4% na taxa de juros do crédito pessoal nos dois primeiros anos de vigência do Cadastro.
Por outro lado, segundo a ANBC, a existência de milhões de pessoas inadimplentes é um desafio para o País e para o governo federal. A entidade afirma que os birôs têm investido em educação financeira para ajudar a amenizar estes números, a partir de um comportamento mais consciente dos consumidores.
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