saúde financeira do credor

Crédito alinhado à saúde financeira do credor

Share:

Siga no Google Notícias

 
 

A história mostra que crises iniciadas no sistema financeiro podem afetar a chamada economia real, gerando desemprego e queda do PIB. O exemplo mais recente foi a crise de 2008, desencadeada pela quebra de uma grande instituição financeira. Os canais através dos quais as crises financeiras afetam a produção são a confiança e o crédito. Sem confiança e sem crédito, poucos investimentos sairão do papel. Por isso, a estabilidade financeira é um tema tão importante e que merece um acompanhamento minucioso das autoridades monetárias.

Uma das fontes de instabilidade é a subestimação do risco de crédito e de liquidez. A correta avaliação dos riscos potenciais relacionados à concessão de crédito deve ser uma preocupação crítica para todos que oferecem crédito. Quanto mais eficiente e eficaz for o processo de análise de risco, mais chances terá o credor de receber seu dinheiro de volta, do tomador de crédito ter condições de honrar os compromissos e assim garantir sua sustentabilidade no longo prazo.

E como o mercado de crédito é formado por credores de todos os portes, a manutenção da saúde financeira dos negócios é um tema que vale tanto para credores quanto para os tomadores que também atuam na ponta credora, concedendo facilidades de pagamento para seus clientes.

Nesse amplo contexto, os birôs de crédito exercem um papel fundamental, ao contribuir para a transparência nas relações entre credor e tomador de crédito por meio de seus produtos e serviços. Gerenciando bancos de dados complexos com informações obtidas de múltiplas fontes, os birôs atribuem e disponibilizam uma Nota de Crédito para cada tomador, PF ou PJ, contribuindo para tornar o processo de análise de crédito mais justo, rápido e eficiente.

Crédito alinhado à saúde dos credores

O tema é complexo, mas vale lembrar algumas práticas que merecem ser incentivadas:

Avaliação de riscos eficiente: a boa análise dos riscos envolvidos inclui sempre a avaliação do histórico de crédito do cliente e sua capacidade de pagamento. E há muitos outros aspectos a analisar, entre os quais avaliar os riscos associados aos produtos e serviços do tomador de crédito, concorrência e os riscos macroeconômicos que possam afetar sua capacidade de pagamento, como elevação das taxas de juros, inflação e queda na atividade econômica.

Incentivo ao uso responsável do crédito: aqui a educação financeira tem um papel preponderante, pois contribui para a formação de consumidores conscientes, capazes de realizar uma correta avaliação dos benefícios e riscos envolvidos em uma operação. Todo aquele que concede ou toma crédito precisa ter conhecimento de conceitos básicos de finanças e estar ciente dos benefícios de contar com uma Nota de Crédito alta.

Oferta de linhas de crédito em condições diferenciadas: tomadores de empréstimo com uma boa Nota de Crédito podem se credenciar a obter linhas de crédito em condições favoráveis, como taxas de juros e prazos mais justos. Consumidores que obtêm crédito nessas condições têm mais chances de honrar compromissos, diminuindo os riscos do superendividamento, principalmente quando conseguem melhorar a saúde financeira dos seus negócios e tomam crédito de modo recorrente.

Monitoramento da saúde financeira dos tomadores de crédito: isso pode ser feito por meio de diversas ferramentas, como a Nota de Crédito, atualização de informações cadastrais e análise de balanços. São ações que permitem ao credor fazer, ao longo do tempo, ajustes nas suas políticas de concessão, aumentar ou diminuir limites ou exigir garantias adicionais.

Embora as práticas acima sejam mais comuns a credores, elas também se aplicam às pessoas jurídicas que concedem crédito e recebem suas vendas a prazo. Para estas, algumas estratégias adicionais podem ajudar:

Oferecer opções de pagamento seguras: cartões de crédito e débito ajudam a garantir que as transações sejam processadas com segurança e rapidez. A confirmação da identidade do portador do cartão pode ajudar a prevenir eventuais fraudes.

Estabelecer políticas de crédito claras: além das vendas com cartão, empresas que oferecem financiamento direto precisam ir além do básico, como utilizar a Nota de Crédito como parâmetro, solicitar CPF e RG e exigir comprovação de renda. Mais do que isso, para qualquer empresa, é recomendável ter políticas de crédito claras que definam os termos de crédito e os requisitos de pagamento. Aqui, a Nota de Crédito ajuda muito, pois pode-se definir juros e prazos de pagamento diferenciados para cada categoria de cliente.

Monitorar regularmente as contas a receber: essa prática é fundamental para identificar contas vencidas e implementar ações de recuperação de crédito. Em qualquer mercado, fazer a prevenção à inadimplência é a melhor prática.

Garantias: exigir garantias ou fiança bancária para se proteger contra o risco de inadimplência pode ser necessário, e isso é um direito de quem concede crédito, possibilitando a oferta de melhores condições de prazos e juros.

Investir na segurança e em ações para inibir fraudes: manter dados do solicitante de crédito e da operação seguros durante todo processo – captação, tratamento, uso e armazenamento – também é fundamental para manter o negócio saudável. Privacidade é garantida por Lei.

Todas essas práticas e cuidados resultam numa política de crédito responsável, que além de gerar decisões de crédito bem fundamentadas, possibilitam que a pessoa jurídica permaneça atenta à saúde financeira de seus clientes e à sua própria saúde financeira.

 

Obrigado pela leitura! Acesse outros conteúdos na página da ANBC.

 

elias sfeir

 

Por: Elias Sfeir Presidente da ANBC & Membro do Conselho Climático da Cidade de São Paulo & Conselheiro Certificado

 

 

Você pode gostar:

FICO WORLD 2019
Tendências em Analíticos e seus impactos

Siga no Google Notícias Semana passada aconteceu na cidade de Nova Iorque um...

pequenas empresas
Crédito e educação financeira para pequenas empresas

Siga no Google Notícias     O tema da educação financeira emergiu com...