Antecipar a restituição do IR vale a pena? ANBC alerta para cuidados com essa decisão de crédito
Medida pode ser uma alternativa válida em situações emergenciais ou para organização financeira e deve ser uma decisão tomada com planejamento
Com a chegada do fim do período de entrega do Imposto de Renda, muitas instituições financeiras já começam a oferecer linhas de crédito específicas para a antecipação da restituição. Embora a opção pareça vantajosa para quem está contando com o dinheiro, especialistas alertam: é preciso avaliar com cautela antes de contratar.
Para Elias Sfeir, presidente da Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC), antecipar a restituição pode ser uma alternativa válida para organização financeira. Além disso, poder ser um apoio em situações emergenciais e deve ser uma decisão tomada com planejamento.
“Quando usada com consciência, a antecipação pode ajudar a quitar dívidas com juros mais altos ou resolver um imprevisto pontual. Sempre é importante lembrar que essa é uma modalidade de crédito com custo embutido com taxas e juros, e que compromete uma parte do valor que o consumidor deveria receber meses depois”, explica Sfeir.
Entre os principais cuidados antes de contratar esse tipo de crédito, a ANBC destaca:
- Entender a taxa de juros aplicada: mesmo sendo mais baixa que outras linhas, ainda há custo;
- Evitar antecipar apenas para consumo imediato ou compras por impulso;
- Avaliar o grau de urgência do uso do recurso — se for para cobrir dívida mais cara, pode fazer sentido;
- Pagar dívidas em atrasos;
- Rever com detalhe a declaração para minimizar as chances de ficar retida ou valor a ser devolvido pode ser menor;
Uma dica importante para o cidadão que tiver interesse nessa modalidade de crédito é consultar o CPF nos birôs de crédito para saber se há pendências ou restrições que possam impactar a liberação da antecipação.
“O principal é usar a antecipação com planejamento e de forma consciente. Essa solução, se tomada com cautela, pode ajudar a diminuir o endividamento”, reforça o presidente da ANBC.
Segundo a entidade, cerca de 75 milhões de brasileiros estavam negativados até fevereiro de 2025, o que mostra a importância de escolhas mais conscientes ao lidar com crédito, especialmente em datas ligadas a reembolsos ou recebimentos futuros.
A recomendação da ANBC é que, em caso de dúvida, o consumidor consulte sua pontuação de crédito e busque orientação antes de contratar qualquer linha que antecipe valores ainda não recebidos.
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