Renegotiation fairs

Share:

Follow on Google News

Feirões de renegociação: uma chance de reorganizar as finanças

Os últimos dados sobre a inadimplência no país mostram um universo de mais de 64 milhões de consumidores negativados, segundo dados do setor de birôs de crédito. Sabemos o quão importante essas informações são para a tomada de decisão das empresas concedentes de crédito – desde o pequeno lojista à grandes instituições financeiras. Mas é possível ir além de informar.

Reunindo bases de credores e tomadores de crédito, os birôs de crédito têm realizado esforços para estabelecer pontes entre uns e outros. Com suas iniciativas, possibilitam acordos para a renegociação dos atrasos por meio de feirões amplamente divulgados e ações contínuas em seus sites e aplicativos.

Uma sondagem recente da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou que 32% dos consumers brasileiros têm algum membro da família com dívidas em atraso, um percentual que sobe para 58% entre aqueles com renda de até R$ 2.100,00. Os principais motivos para o atraso foram, segundo os entrevistados, o aumento dos preços, a dificuldade de aumentar a renda ou conseguir um emprego e o aumento das despesas.

Independentemente do motivo da negativação, no contingente de inadimplentes, muitos têm interesse em resolver os atrasos, e nem sempre sabem por onde começar. Outros intimidam-se pelos valores que a dívida, acrescida de multas e juros, alcança. Nesse sentido, os feirões de renegociação são uma grande oportunidade para organizar a vida financeira e recomeçar.

Renegotiation fairs

A renegociação é do interesse dos tomadores de crédito e dos creditors. De um lado, uma renegociação retira as restrições do histórico de crédito, reabilitando o acesso ao consumo via crédito. De parte dos credores, reduz as perdas com a inadimplência, alivia o fluxo de caixa das empresas e libera recursos para novas concessões.

Na mesa de negociação, é comum que ambas as partes precisem fazer concessões. Um dos atrativos dos feirões é que os credores oferecem descontos sobre os valores cobrados de juros e multas por atraso, reduzindo o valor das dívidas. Há casos em que os descontos superam 90%. Em contrapartida, os devedores precisam cumprir os prazos acordados.

É importante ter em mente que a dívida repactuada só será resolvida quando seu valor for quitado. A renegociação é apenas o primeiro passo e, por esse motivo, deve ser bem desenhada, considerando a realidade do devedor. Um acordo que resulte em parcelas acima da capacidade de pagamento do consumidor mostra-se logo inviável.

O sucesso da renegociação depende do comprometimento do consumidor e de uma reestruturação realista das dívidas, de modo que o devedor consiga cumprir o acordo e evite a chamada “reinadimplência”. Enquanto durar o acordo, ajustes orçamentários, com a priorização dos gastos, podem ser necessários, como parte do esforço do consumidor para equilibrar suas contas. E mesmo depois de superados os atrasos, é importante continuar usando o crédito sem comprometer o equilíbrio financeiro.

As campanhas de renegociação tiveram os prazos de vencimento ampliados para ajudar as pessoas a atravessar a crise causada pela pandemia. Neste início do ano, graças ao esforço de várias entidades e empresas, essas campanhas voltaram com força, como foi amplamente noticiado pela mídia. Além das mobilizações dos feirões, os birôs mantêm ações contínuas para favorecer as renegociações e são as principais fontes para o monitoramento da inadimplência no país. A possibilidade de acesso dos consumidores de forma online e presencial favorece alcançar diversos recortes da população.

Sob o impacto de um novo choque, dessa vez geopolítico, o cenário econômico tem se mostrado mais uma vez desafiador. A inflação elevada impõe dificuldades às famílias, o que torna ainda mais importante o esforço para conter o endividamento e o cuidado em evitar o impacto dos juros sobre o orçamento. Cientes de sua missão nos momentos adversos, os birôs continuarão a fornecer as informações e a estabelecer pontes entre consumidores e credores, contribuindo para a saúde do sistema financeiro.

Thanks for reading! Access other content at ANBC website.

 

elias sfeir

 

By: Elias Sfeir President of ANBC & Member of the Climate Council of the City of São Paulo & Certified Advisor

 

 

Você pode gostar:

bankarization
Beyond "banking": the importance of visibility for credit

Follow on Google News In recent years, financial inclusion has gained the attention...

Opt out
Why is the Opt out model ideal for the Positive Registry?

Siga no Google Notícias A inserção de um CPF no banco de dados sob o...

en_US